segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Fábrica Bontempo


              Inaugurada em 1978, na cidade de São Marcos no Rio Grande do Sul, a fábrica de móveis planejados Bontempo, recebe em suas instalações, ao longo do ano, diferentes grupos de profissionais especificadores de todo o território nacional. Tive a oportunidade de participar da visita de outubro de 2014. Junto com um grupo de Florianópolis visitei a fábrica e o escritório central da marca. Nessa ocasião foi possível testemunhar o avanço tecnológico e a evolução dessa indústria moveleira.  


               Acima com o grupo de profissionais antes de entrar no núcleo central da Bontempo e abaixo, de fronte ao mostruário de acabamentos no hall de entrada da fábrica nos arredores da cidade gaúcha.


               Seguindo a tendência das fábricas, tanto em nosso país como em todo o planeta a fábrica Bontempo é impressionantemente limpa e clara. Seus amplos espaços garantem acima de tudo muita segurança e total controle de seu funcionamento.


Um par de trilhos chumbados ao chão que servem de guia para os carrinhos de transporte.


A fábrica é realmente enorme.



Ainda que bastante robotizada em determinadas ilhas de produção o material humano não é dispensado.


               Todas as áreas da produção dispõem dos mais modernos equipamentos. Totalmente computadorizada  a fábrica tem seus setores bem demarcados e autônomos. Cada peça é fabricada de forma independente, seguindo critérios de qualidade muito exigentes e especificações próprias quanto às medidas, detalhes construtivos e acabamentos. Depois de terminadas recebem etiquetas com códigos de barra e passam pela distribuição para depois serem reunidas ao todo que fazem parte.









               O mais interessante robô da fábrica. Ele transporta as chapas dos blocos que chegam de fornecedores externos e os distribui em diversas pilhas destinadas ao fabrico.  




Um centro de usinagem. Muitos desenhos, baixos-relevos e cortes com precisão milimétrica são feitos aqui.


               Em ambas as fotos aparece muito discretamente (pintada no chão) uma linha amarela. Encontradas por todos os lados tais faixas são linhas demarcatórias que alertam onde é proibido transitar. A segurança é uma constante em todos os setores da indústria e a maioria das máquinas são contornadas por essas linhas. Se por algum acaso alguém invade a área proibida, um sistema de lâmpadas infravermelho detecta um corpo estranho e paralisa imediatamente a produção.  




O setor de laminação. Momento em que o olhar humano é indispensável.


O amarelo sempre alertando para a região a ser entendida como área de extremo cuidado.



Algumas fotos da máquina que dá acabamento às laterais com fitas de bordo.


Abaixo alguns grãos de cola que serão derretidos a posteriori na máquina acima.




Espaços muito amplos e arejados em busca do melhor conforto ambiental possível. Indispensável, a luz natural invade o ambiente pelos rasgos no teto, mas mesmo assim a iluminação artificial ainda é necessária.







               Abaixo uma peça em estilo clássico, seguindo a tendência revival feita em um centro de usinagem a partir de uma chapa única à caminho da pintura. Essa porta recortada para receber vitrôs, responde pelo resgate de uma linha considerada, até pouco tempo atrás, fora de moda. Ufa! Ainda bem! Eu particularmente gosto dos mais variados estilos de mobiliário e fico muito frustrado com a insistente mania das indústrias de reproduzir exclusivamente as linhas modernas importadas da Itália. 



Diversas cores em acabamento "Lacato". Lindas!
A vida é colorida!
Gostaria de matar aquele infeliz que disse que cor cansa! E o pior é que a maioria das pessoas acredita!


Laranja, rosa, azul... Adoro esse Lacato!


               Acima uma amostra do exemplar acabamento polido da pintura laqueada (em um ensolarado e rico amarelo!) e abaixo algumas pilhas de peças já com a etapa de pintura terminada e também já furadas por robôs computadorizados. Alguns desses furos são esperas para a instalação de metais e ferragens; outros fazem parte dos sistemas de fixação e montagem dos montantes e demais peças componíveis do mobiliário.



               Todas as peças são pintadas, secas e lixadas diversas vezes em sequencia nessa máquina. Primeiro recebem uma camada de tinta e imediatamente depois recebem uma primeira secagem para depois serem lixadas. Esse processo é repetido em todas as faces da peça que devem receber acabamento. Cada volta pinta uma superfície de contato. Uma mesma peça pode ser colocada até cinco vezes na máquina. Antes de receberem a cor final e definitiva elas recebem uma mesma base com pigmentação neutra. O acabamento e a resistência no produto final é de altíssima qualidade.  


Os resíduos provenientes da lixação são imediatamente sugados pelos dutos flexíveis vistos nas imagens. A fábrica é muito limpa e bastante silenciosa, visto a quantidade de máquinas ligadas ao mesmo tempo.






Acima e abaixo o processo humano ainda presente na fabricação.



Dentro e fora de uma estação de pintura.


O Robô de pintura: o mais legal!




               Em uma câmara hermeticamente fechada e livre de partículas de pó, esse robô com dois braços munidos de dois jatos de pintura cada, contorna freneticamente cada peça que entra. Ao fim de cada jato o robô se alinha e passa a pintar outra parte do mesmo objeto até ter finalizado essa etapa que resulta em uma pintura com total perfeição. O rolo de papel absorve o excedente que fica nas margens e é enrolado a medida que avança o serviço. Depois de pintado o primeiro lote desliza rumo à secagem e o papel é enrolado dando lugar à uma área limpa que serve de apoio à próxima pintura. 


Poder apreciar a forma como este robô cumpre com sua função e entender como se chega ao resultado final, foi muito bom para os arquitetos nessa visita.




Nada fácil obter boas fotografias! (risos) Os braços pouco paravam!






Mais acabamento na pintura!


Vermelho sangue na superfície em tratamento. Recebendo polimento e acabamento fino, mas já quase espelhada.




Acima saindo da secagem rumo à mais uma etapa do polimento visto abaixo.


As peças ganham polimento por meio de máquinas e também com serviço humano.


Todas as partes são minuciosamente verificadas. Antes de serem encaminhadas para a etapa da colocação dos metais, puxadores e acabamentos finais. Depois disso são caprichosamente embaladas.


As peças agrupadas por números que correspondem à todas as franquias do país. Nesses lotes os móveis, já finalmente completos, são divididos por clientes.


Já embaladas à espera do envio às lojas.


Já separadas por franquias e levadas para o transporte e envio final rumo às lojas de todo o país.


              Finalizada a visita à fábrica os arquitetos foram recebidos para um workshop e um café na sede central, onde foram discutidas tendências e ouvidas opiniões e sugestões dos diversos grupos provenientes de diferentes regiões do país. Segue abaixo uma sequencia de fotos tiradas por Paloma Vizzoto.



Amostras de materiais dos vários fornecedores e parceiros Bontempo, mesclados com fotos de ambientes que levam a assinatura da fábrica moveleira, fragmentos de publicidade e indicadores de tendências.


Cores, materiais de acabamento, ferragens, metais, etc...


Acima uma bela novidade: trabalho em couro estofado para a frente de portas e divisórias.


Lâminas com vários acabamentos de aparência amadeirada...


Cores vibrantes em parceria com tons pastéis...


Tudo junto e misturado...



As tendências dos últimos eventos internacionais e dos salões de mobiliário, levadas para o debate entre todos os profissionais recebidos pela marca no Sul do Brasil.


A preocupação da marca em todos os detalhes...
louça com ares modernos e linguagem limpa...
sofisticação levada ao pormenor...


Depois de toda a jornada técnica, uma pausa para o relacionamento social e o intercâmbio de ideias!


Acima reunido com o grupo florianopolitano
 e abaixo ao lado da franqueada na Capital Catarinense, Andreza Michelon.


Sempre um bom papo com uma boa taça de vinho!